«Quando for grande, quero ser Pintor»

18 de Fevereiro 17h | Mário Silva e os Limites da Figuração

30-01-2013 00:24

 - 18 de Fevereiro  a 18de Março no ISCAC COIMBRA.|Exposição de Pintura| « Mário Silva  nos Limites da Figuração»  - ISCAC (Coimbra)

 

A pintura de Mário Silva começou por ser um modo irreverente de manifestar o seu grande e vivo optimismo num meio hostil. Recorde-se a Coimbra de Há quinze anos: reaccionarismo à solta, sustentado por uma infoestrutura profundamente conservadora. Aí soube Mário Silva afirmar, à sua maneira, aquela capacidade de criação que muito boa gente apontava (a dedo) como quem rastreia um perigo.

Pintar, escrever, falar publicamente podem de facto ser atitudes terríveis. Vários de nós têm essa experiência e continuam a vivê-la. No caso de Mário Silva há que notar uma coerência extreme com os primeiros passos da juventude, reforçada por longos períodos no estrangeiro, os quais lhe afinaram, mais até que a sensibilidade, a generosidade da participação.

Por tudo isto, mesmo quando aborda experiencias não figurativas, ele conserva sempre uma ligação muito subtil com a realidade circundante. Às vezes simples sugestões, espécie de código utilizado para que se não perca a memória dos homens e das coisas. Atraído por sucessivas correntes experimentais, frequentou-as durante o tempo suficiente para assimilar uma técnica ou confirmar um juízo. Também, aqui e ali, por apetite do risco, que nas sociedades imobilistas é quase uma virtude. Recordamos a sua famosa «foutade» dos anos cinquenta: agarrar uma velha porta coberta de bolor e pintá-la de cores vivas, propondo-a como algo de sublime aos olhos ainda mais velhos da cidade.

Mário Silva está, entretanto, numa viragem da sua vida de pintor, vida que assumiu na totalidade, com gesto definitivo. Dizemos viragem porque, passado o impacto de tanta descoberta de fórmulas alheias, o pintor parece apostado em decantar uma linguagem cujo rendimento artesanal estará no acordo intimo, de todas as horas, com a personalidade subjacente, o facto da escolha e, o homem. Há momentos em que deve pedir-se ao criador plástico – e ao criador em geral – uma agudeza levada às últimas consequências. Para que não tome a parte pelo todo. Para que resista às forças da destruição.

Quanto ao resto, que é a expressão de um talento muito vincado, já o apontaram os críticos e os simples frequentadores das suas exposições. A panóplia de armas de Mário Silva espera apenas que o alvo se imobilize.

 Fernando Assis Pacheco/Década 70

 

Contactos

Agenda | Atelier | Marcações Mestre Mário Silva

mestremariosilva@gmail.com

Atelier Mário Silva
4090-461 Lavos
Figueira da Foz

Agenda | Eventos 91 870 76 21

Procurar na página

© 2013 Todos os direitos reservados.

Crie o seu site grátisWebnode